quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

sol, som, sim


Segui por este caminho até o parque
da Água Branca.
Topei árvores,
quiosques com livros e mesas.

Galinhas e galos  por todos os lados.
A bruxa apareceu.
O lobisomem, o  vampiro e até a fada vermelha.
Um dragão sobrevoou os coqueiros. Desceu.
As crianças desenharam seus sustos e sonhos.
Depois sopraram
 bolinhas de sabão. 

Poema do bicho-papao: leitura durante encontro  no parque, dia 26 de novembro. 


Poema da bruxa.
Produçäo dos desenhos já no varal.

...
as crianças expondo seus desenhos!


montando a expo nas cadeiras...
Educadores do Espaço de Leitura do Parque da Àgua Branca.  Franklin, Rodrigo, David,  eu, Yasmin, Matheus, Ana Cicìlia, Lorena. 

um curioso...



sexta-feira, 25 de novembro de 2011

foi assim...

Algumas imagens do lançamento do dia 12 de novembro...

Mariella, Mariellla...

Marcão contando história





quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Vale a pena conhecer o espaço de leitura no Parque da Água Branca


Estarei lá com uma oficina de poesia dias 12 e 26 de novembro, às 11 horas da manhã. E, ainda no dia 12, farei o lançamento do Kamazu, pela editora Mundo Miriam, às 15 horas. Em breve conto mais sobre o lançamento.



sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A seguir, cenas do próximo livro

O terrível patrão de Kamazu



Kamazu, o suricato e o frasco
Vó Luana, em seu pilão, conselheira do jovem Kamazu

domingo, 16 de outubro de 2011

"...chove chuva choverando que a casa do meu bem está-se toda se molhando..." O.A.

Ilustr. Carla Caruso


A chuva cai

Cai de bruços
A magnólia abre o para-chuva
Para-sol da cidade
De Mário de Andrade
A chuva cai
Escorre das goteiras do domingo

Trecho do poema "Soidão" de Oswald de Andrade



sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Lá em Itanhaém, na Biblioteca Paulo Bonfim...

ilust. Maria Eugênia
...


A última cidade do roteiro. Muito surpreendente!! Adultos, crianças e adolescentes. O trabalho da coordenadora  da Biblioteca Paulo Bonfim, Mara Léia de Lima e sua animada equipe, foi visível.   Encontrei todos meus livros ali e, o melhor... lidos.
Foi muito evidente perceber o  quanto as crianças e adolescentes de lá eram super leitores. Cheios de referências de histórias: " Acabei de ler As vinte mil léguas submarinas" , disse uma menina de olhos muito espertos. E difícil foi coordenar tanta criança querendo contar seus livros lidos. Uma outra menina narrou todo o "Couro de Piolho" que estava no meu "Almanaque dos Sentidos" e que reescrevi a partir do texto de  Câmara Cascudo. "Câmara Cascudo?" Estranharam as crianças... "Ele mesmo, que recolheu tantas histórias populares brasileiras", contei. "Ah! hum!" e risos das crianças que agora sabiam da existência do nosso Cascudo.
E, seguindo o ritmo acelerado  do encontro, apresentei mais histórias do Almanaque e eles quiseram que eu contasse a aventura de Perseu e Medusa. Lá fomos nós para a morada das Górgonas. E ao terminar de contar, as crianças já sabiam que essa narrativa fazia parte da mitologia Grega. Neste momento, um garoto pediu o microfone e, ali, ao meu lado, fez uma pergunta aos leitores: "E vocês sabem como surgiu a Medusa?". Uau! Nem precisei interferir, muitos já foram falando. O garoto completava com sua versão lida e, assim, a Medusa foi mais do que "refletida"...
Uma hora me passaram um bilhete "quando você quiser encerrar, fique à vontade". Eu não queria, mas a volta para São Paulo com o motorista, Aurino, que me acompanhava em todas as cidades e bibliotecas, seria tensa, já que o engarrafamento com os trezentos carros,  na Imigrantes, tinha acontecido um dia antes. E enfim, meninos me trouxeram um livro pra lá de criativo. Um livro de presente, feito por eles,  sobre os cinco sentidos. Lindo, cheio de colagens provocando mil sensações. 
O que posso dizer mais? 
Fiquei muito feliz.

E me pergunto:  "Que  traçados novos criamos em nós, nos encontros nas bibliotecas, nesta Viagem Literária, neste novo mapa, nesta cartografia do imaginário?





Eldorado

ilust. Maria Eugênia

E, seguindo o roteiro da Viagem Literária cheguei em  Eldorado, a cidade da belíssima caverna do diabo.
O centro cultural da cidade é um espaço bonito com salas para exposições, biblioteca e auditório. A cidade tinha acabado de sofrer uma inundação. Pude ver as marcas deixadas pela água nas paredes das casas.
Bem, o encontro com os adolescente foi tranquilo. Eles, no começo,  muito quietos, atentos.
A conversa surgiu a partir da leitura da história do Simbad, o Marujo, que reconto no livro "Almanaque dos Sentidos". O Simbad, partiu por mares e aventuras. Nós também.
O  papo seguiu para "As Mil e uma Noites, livro fonte para  muitas narrativas. Surpresa dos jovens quando souberam que as viagens de Simbad  faziam parte deste livro milenar. Gostei de enveredar por este caminho dos textos que são fontes e referências  para muitas histórias. Ou da intertextualidade... da literatura que se faz da literatura...
Depois de muito ouvirem, uma jovenzinha contou que estava escrevendo um livro. Uma história inspirada num sonho que ela teve. "uma menina que se salva de um naufrágio e que chega num vilarejo..." . Aliás, ela disse que gostaria de publicar aqui, nos comentários,  um trechinho. Fique à vontade, (e não repare se não lembro seu nome), lembro muito de você e do seu desejo de escrever.
E num clima muito bacana,  os jovens,  umas simpáticas professoras e o coordenador do espaço cultural  davam suas opiniões sobre livros. O encontro terminou lá fora, numa arena, onde tiramos muitas fotos.

Não pude visitar a caverna do diabo. Mas puxei da lembrança uma visita que fiz há muitos anos. Os salões cheios de estalactites e estalagmites. Com formas tão surpreendentes...

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Cananéia

Ilustr. Maria Eugênia

O Luiz  Antônio, responsável pela Biblioteca Municipal de Cananéia, e a Jaqueline na porta da biblioteca.
As crianças e adolescentes no maior zumzumzum... Cheguei um pouquinho atrasada, entrei correndo. Cerca de 200 pessoas estavam ali na pequena, mas bem aconchegante biblioteca. Em volta de todos nós, os livros. Quietos. Quietos?  Talvez numa "silenciosa algazarra",  citando o titulo da publicação de ensaios sobre livros e leitura, de  Ana Maria Machado, chamado "Silenciosa Algazarra".
As crianças, muito participativas, ouviram atentas o primeiro poema que li sobre uma terrível bruxa ( do meu livro "Poemas para Assombrar). "Meia noite, escuridão./ Sopra o vento,/ escura sombra,/fio de voz,/ bizarro som (...)". E, provocando certos arrepios e trazendo a noite misteriosa para aquela sala clara, o encontro seguiu num ritmo intenso,  mas com muita concentração. As crianças levantavam as mãos e iam contando enredos de histórias e personagens preferidos. Até que uma turma grande precisou ir embora porque a escola era muito longe. Daí, ficaram umas 30 crianças, nem tão crianças assim. E o papo foi mais fundo, falamos sobre a relação que a gente vai estabelecendo com a leitura. Quando perguntei o que era um texto bom,  uma menina, ( pena não lembro o nome dela), mas, bem, uma menina, já com seus 13 anos, disse que gostou muito de um texto, da Ana Maria Machado, que narrava a história  de duas primas, muito amigas, apaixonadas por um mesmo menino. E eu perguntei para a garota: E por que o texto é bom? E ela, pensando bastante, disse: acho que a autora sempre dá muitos detalhes...  Eu completei que as boas narrativas apresentam, constroem personagens e enredos que parecem tão reais, tão próximos de nós leitores. Narrativas que quase respiram.... E essa qualidade se dá justamente pela  forma como o texto é realizado, "do como", não apenas do "O que".
E, assim, seguiu  o papo com muitos momentos de silêncio. Pelo que percebi, os leitores, ali, não queriam ir embora. Nem eu.  Mas era tarde. Hora da despedida. Foram-se todos.
Para minha surpresa, na sala ao lado... um delicioso café com bolo . Começaram outras histórias. Lendas e mitos da região apareciam na voz do Jamilson, que gosta muito de poesia, e, inclusive fez uma sobre o nosso encontro que  tinha acabado de acontecer na biblioteca. Sai de lá, sabendo de como enfrentar uma onça no escuro, e que jacaré pia...

A estrada foi mansa, tranquila, cercada de mata e bananeiras.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Ilha Comprida


Ilust. Maria Eugênia

Era uma vez uma ilha comprida, que visitei há muitos e muitos anos atrás. Naquela época, o trabalho era visitar hotéis, restaurantes e atrações turísticas. Recém formada, e trabalhando no Guia 4 Rodas, explorava estradas, encontrava e ... desencontrava cidades. Meu roteiro: litoral sul de São Paulo. 
Mês passado, quando recebi o roteiro da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, pelo projeto Viagem Literária, tive uma surpresa: algumas cidades eram as mesmas do meu primeiro percurso.

15 anos se passaram...

E, agora, um outro jeito de conhecer um território: pelos seus leitores. Ilha Comprida surpreendeu pelo super interesse dos jovens, apesar de a Bia, uma menina atenta, sentada na primeira fila, começar dizendo que ninguém mais queria ler, já que eles gostavam mesmo era do Facebook e Orkut.  Ótimo comentário para o começo da conversa sobre meios, linguagens e gêneros. O papo durou duas horas, os adolescentes e jovens começaram a revelar suas preferências de leitura e até mesmo, um desejo de escrever.  No final do encontro, uma jovenzinha, alta e de cabelos encaracolados, veio me mostrar poemas em seu caderno. Aliás, ela disse que iria postar um texto por aqui. Estou esperando.

Enfim:

O número é 1000, de uma longa avenida.

E é nele que mora a biblioteca. 

O bibliotecário é o Emerson (Gryllo).

Da Ilha Comprida. Ampla e aberta. 

Como seus moradores.  

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Até uns pássaros voltaram para cá....

ilust. Maria Eugênia


Cláudia disse que tinha muitos desejos quando lembrou da Bolsa Amarela, da Lygia Bojunga.

E Camila ouviu o barulho das ondas do mar, num antigo poema que fiz.

Todos riram das baratas do mar.

E do pé impresso na página do livro.

Riram do "Erro de Português",  de Oswald de Andrade.

Sete cadáveres se levantaram em " Incidente em Antares", do Érico Veríssimo. Quem contou foi a Thais.

A Cláudia disse que ler era um desvio.

Cubatão não é mais tão poluído. Assim disseram.

Os meninos de 15 anos olhavam os relógios.

Li  "Relógio" do Oswald. "As horas vão e vem..."

Mas os meninos queriam ir.

Cubatão não é mais o vale da morte,  disseram.

E foram todos.

Até uns pássaros voltaram para cá.


(Cubatão, Viagem Literária 2011).

sábado, 10 de setembro de 2011

Cubatão, ostras, cavernas, mar e literatura...


Preparo textos e levo muitos livros para encontrar adolescentes e jovens, na Viagem Literária 2011, que acontece na próxima semana.




segunda-feira, 5 de setembro de 2011

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

pensou no sonho, mas o que ele significaria?

ilustr. carla caruso

"(...) Um dia, depois do trabalho, Kamazu deitou-se debaixo do baobá, adormeceu e sonhou com uma voz que vinha acompanhada do barulho da água de um rio.
Percebeu que era o próprio rio que lhe falava: “Amanhã de manhã, antes que o povo se levante, venha até a margem do rio. Aqui, neste mesmo lugar, você encontrará três coisas. A melhor é um cesto com uma tampa, as outras duas são inferiores. E poderá escolher a que mais lhe agradar."
Kamazu, ao acordar, pensou no sonho, mas o que ele significaria?(...)" 



trecho e imagem do livro "Kamazu", a partir de um conto Angolano,  editora Mundo Mirim. Em breve. 




terça-feira, 30 de agosto de 2011

Tudo o que acontece lá...

"acho que quando a gente lê um livro, parece que tudo o que acontece lá, acontece com a gente", disse a menina de cabelos pretos, sentada no terceiro degrau da arquibancada, no ginásio da cidade de Pompéia, em São Paulo, durante a III Ciranda Cultural.
Assim começou o primeiro papo do dia, a partir da pergunta que fiz: "como eles se sentiam lendo uma história, um poema?"
Talvez uma pergunta muito subjetiva ou íntima para as 100 crianças, de 8 e 9 anos,  que estavam ali. Mas, se num primeiro momento, um estranhamento tomou conta dos meninos e meninas, rapidamente, depois do silêncio, lá estava a garota contando sua experiência. Achei interessante ela ter percebido o livro como um “lugar”, e o quanto a ficção é a própria vida naquele momento de leitura.
Não pude deixar de pensar no livro “A Poética do Devaneio”, de Bachelard,  no trecho em que ele afirma que “(...) sim, realmente sonhamos quando lemos. O  devaneio que trabalha poeticamente nos mantém num espaço de intimidade que não se detém em nenhuma fronteira – espaço que une a intimidade do nosso ser que sonha à intimidade dos seres que sonhamos (...)”.
No pensamento de Bachelard como no sentir da menina, o devaneio, a leitura,  a experiência estética  da linguagem abrem espaços novos na existência.
Naquele ginásio amplo, enorme, que abrigava pombas e até um inesperado visitante, um urubu que ali se instalou e permaneceu até o último encontro,  o papo com as crianças seguiu cheio de boas revelações. Foram 400 crianças, ao longo do dia. Passamos momentos tranquilos alí, onde histórias minhas e delas surgiam, onde o pensamento corria solto, onde a imaginação atravessou fronteiras.



segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Ciranda

Ilustr. Maria Eugênia


Partindo para encontrar crianças, na cidade de Pompéia-SP, pelo projeto de incentivo à leitura da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo.  O pessoal da Educação e Cultura da cidade de Pompéia organiza todo ano um evento chamado "Ciranda Cultural e Literária". Nesta terceira ciranda, vou participar de um bate-papo com os pequenos leitores. Levo muitos livros na bagagem, mas já soube, ou melhor, "um passarinho me contou"  que os alunos leram muitas histórias e poesias que escrevi.
"Vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar..."





quarta-feira, 3 de agosto de 2011

escamas, bate-papo e dobraduras


foto: Fernando Villalba

A conversa sobre o cientista Vital Brazil aconteceu numa manhã de sol com crianças, adolescentes, jovens e adultos que participaram não apenas com perguntas sobre a vida do cientista mas também contando casos de encontros com cobras, aranhas e insetos. 
Questões importantes sobre a especificidade dos soros, descoberta feita por Vital Brazil, foram explicadas pela Doutora Fan Hui Wen, do Centro de Desenvolvimento Cultural do Instituto Butantan. Ela também contou como os soros antiofídicos são feitos. As crianças estavam mais do que atentas.  E para completar a concentração dos participantes, entrou em cena a Irene Tanabe, com seus papéis coloridos, ensinado a fazer cobrinhas de origami. 

Ciência, arte e muita informação abriram caminhos novos para o simpático público conhecer mais a vida e obra do cientista Vital Brazil  e o universo fascinante das cobras, aranhas, escopiões e animais peçonhentos.
Quem quiser saber um pouco mais sobre Vital Brazil e a biografia que escrevi para crianças e pré-adolescentes (Ed. Callis), pode acessar a entrevista que dei hoje para a jornalista Rosaly Senra, no programa Universo Literário, da Rádio UFMG educativa: 


terça-feira, 19 de julho de 2011

Um bom papo: entre cobras e lagartos

24 de julho – às 11h

Bate-papo com a autora Carla Caruso & Oficina de dobradura de animais
: A Autora do livro infanto-juvenil "Vital Brazil ", da Ed. Callis, irá participar de um bate-papo sobre a vida do cientista, e além disso fazer parte da oficina de dobraduras de animais oferecido pela editora.

Para ver toda a programação clique aqui: http://www.butantan.gov.br/ferias/programacao.html



quinta-feira, 30 de junho de 2011

Três encontros para escrever: o terceiro

No último encontro, no Sesc Belenzinho, a música de Erik Satie envolveu a sala e despertou os mais diversos efeitos em seus ouvintes. Atentos. Os personagens, inventados no segundo encontro, aguardavam seus destinos a partir das novas sensações e desejos dos participantes: 

Um homem faz  a barba em frente ao espelho. Uma mulher toca piano.     
A menina de bochechas rosadas e uma maçã esquecida na geladeira.     
Uma mulher emaranhada em seus tecidos.
A jovem esperando Pedro. 
Os dois irmãos com poderes mágicos. A força dos elementos : a água , o fogo. 


O cheiro de tabaco, a decisão de um homem.

 A paixão despertada por um perfume doce. A jovem com as sacolas na mão.
Todos desenvolveram suas pequenas narrativas. E aqui, nos comentários, abre-se um espaço para os participantes da Oficina apresentarem  trechos dos textos escritos,  na gostosa tarde de inverno, da última terça-feira, dia 28. 

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Três encontros para escrever: o segundo

Se no primeiro,  dos três encontros no Sesc Belenzinho, na oficina de criação literária, uma maçã abriu lugares inesperados na imaginação de quem se aventurou a escrever, no segundo, um perfume saído da flor de laranjeira, Neroli,  invadiu narinas desavisadas e despertou as mais inesperadas personagens.  No texto "O nariz,  o nome",   de Italo Calvino,  as sensações de um aroma ou vários também criaram personagens . E é a partir desses  perfumes indecifráveis que sua narrativa se desenvolve...

 "Mas como poderia descrever com palavras a sensação lânguida e selvagem que tinha experimentado na noite anterior ao baile de máscaras,  quando a minha misteriosa companheira de valsa,  com um gesto preguiçoso,  deixara escorregar o xale de musselina que separa seus ombros brancos dos fios do meu bigode e uma nuvem estriada e arrebatadora me agredira as narinas como  se eu estivesse aspirando a alma de um tigre?"

 ("O nome,  o nariz", in Sob o Sol-Jaguar,  Italo Calvino,  Companhia das Letras.)

Na próxima e última aula,  por onde irão se aventurar  as personagens nascidas das sensações do aroma da flor de laranjeira?

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Tarde de Autógrafos na Panapaná

Contação de histórias e oficina de dobraduras com Irene Tanabe.

Sábado, dia 18 de Junho.
Rua Leandro Dupré, 396
Vila Clementino
São Paulo - SP
11 5082-2132

terça-feira, 14 de junho de 2011

Hoje: Três encontros para escrever

A partir das 15 hs,  começa a Oficina de Criação Literária no Sesc Belenzinho.

 " (...) Seja como  for, todas as "realidades" e as "fantasias" só podem tomar forma através da escrita,  na qual exterioridade e interioridade,  mundo e ego,  experiência e fantasia aparecem compostos pela mesma materia verbal; as visões polimorfas obtidas através dos olhos e da alma encontram-se contidas nas linhas uniformes de caracteres minúsculos ou maiúsculos ,  de pontos,  vírgulas,  de parênteses; páginas inteiras de sinais alinhados,  enconstados uns aos outros como grãos de areia,  representando o espetáculo variegado do mundo numa superfície sempre igual e sempre diversa,  como as dunas impelidas pelo vento do deserto."


( Italo Calvino, in "Seis Propostas para o Próximo Milênio"  - Companhia das Letras, 1994)


Até lá.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Três encontros para escrever

SESC BELENZINHO
14.06 a 28.06
Terças -  das 15h às 18h
Coordenação: Carla Caruso

Oficina de criação de textos

Por meio de exercícios específicos fundamentados na percepção sensorial e na leitura de textos literários, que têm como temática os cincos sentidos,  os participantes poderão se expressar e desenvolver a linguagem escrita. A experiência vivenciada pela sensibilização dos sentidos como forma de estímulo para a produção textual será a base do trabalho.  Haverá a leitura de textos de: Marina Colasanti, Italo Calvino e João Cabral de Melo Neto. Coordenação: Carla Caruso. Duração: 3 encontros. Acima de 14 anos. 20 vagas. Inscrições pessoalmente dia 1/06 a partir das 14h, no 1º pavimento. Vagas remanescentes: inscrições a partir do dia 2/06, no local e também pelo email  cursos@belenzinho.sescsp.org.br [sujeito à confirmação].

terça-feira, 31 de maio de 2011

A LÍNGUA DA POESIA

XVI Encontro do Proler no Vale Rio Grande

 08 a 10 de junho de 2011

Minicurso que preparei para o Encontro:

A Língua da Poesia


Este minicurso pretende desenvolver estratégias de formação de leitores com vistas a ampliar o conhecimento sobre a linguagem da poesia.  Por meio da leitura de poemas selecionados propõe-se a observação e apreensão dos recursos estéticos inerentes a esta linguagem textual. Estabelecer a relação entre a forma e o conteúdo buscando os inúmeros significados é uma das condições para a fruição de um poema. Neste  processo de fruir, refletir e analisar,  os participantes também serão convidados a experimentação de um fazer, isto é, a construção de seu próprio poema como mais uma forma de entendimento e apropriação desta linguagem.
  
Leituras Literárias: Sujeito, Linguagens e Diversidades


MINICURSOS DE LEITURA
Uberaba - MG
LOCAL: UNIPAC - Rua Senador Pena, 521 – Centro
*Biblioteca Pública Municipal Bernardo Guimarães – Rua Alaor Prata, 317 – Centro.
Dia: 08/06/2011 – 4ª FEIRA
MATUTINO - 8h às 11h e VESPERTINO 13h às 16h


Laços de afeto entre crianças e livros – Darci Bosco
Biblioteca Escolar – Ana Zago
Os clássicos da literatura – Fernando Nuno / Silvana Salerno Rodrigues
Literatura e outras linguagens - Beth Ziani
O texto visual na literatura para crianças - Aline Abreu
O teatro em sala de aula – José Carlos Aragão
A língua da poesia - Carla Caruso
Como formar leitores: o livro com duas escritas - Elizete Lisboa
Leitura de hoje – Edison Rodrigues Filho
Poesia: violeta escondida sob as folhas da escola – Neusa Sorrenti
A imanência das línguas naturais em prática na EJA – Mª. Cecília Mollica
*Preservação e Conservação de acervo de bibliotecas - Juçara S. Pinto

sexta-feira, 20 de maio de 2011

SP ESTAMPA 2011

A SP ESTAMPA 2011 é um evento organizado pela Galeria Gravura Brasileira que reuniu galerias, ateliês, instituições e artistas que trabalham com a estampa sob todas as suas formas (gravuras, monotipias, grafites, lambe-lambes, múltiplos, livros de artista, álbuns de gravura, fanzines e outros procedimentos gráficos) e aconteceu  no mês de maio (em 2011, de 10 a 14 de maio). 


Na  "Frame Art" ...


Aldemir Martins, Amilcar de Castro, Arthur Luiz Piza, Bugre, Carla Caruso, Cesar Profeta, Cris Rocha, Daniel Renault, Daniela Schneider, Ernesto Bonato, Everaldo Andrade, Fernanda Petelinkar, Florian Raiss, Gady Laniado, Gen Duarte, Guto Lacaz, Hércules Barssoti, Kika Levy, Leon Ferrari, Lu Borgetti, Marcio Ramos, Marina de Falco, Monica Vendramini, Nina Kreis, Paula Marina, Tahis Zanna, Tomie Ohtake, Ulysses Bôscolo e Verônica Amores (V)

Fast Frame. Rua Fradique Coutinho, 953, Vila Madalena, f. 11 3034 2920.
vilamadalena@fastframe.com.br | www.fastframe.com.br

 

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Livros e vinhos - bolonha 2011

 
Um pequeno relato de viagem -
com ilustrações de Maria Eugênia

Demorei um pouco para postar os momentos felizes da viagem para Itália. Aquela terra quente e afetuosa. Foi muito bom e emocionante lançar livros traduzidos para o italiano (para mim tão familiar). Silvana Tavano com o "Come Comincia" e eu com "Il Segreto di Nonna Maria". Encontros pra lá de intensos, em Milão, com a Claudia e todo pessoal do IBRIT (Instituto Brasil- Itália) e claro, com a Miriam Gabbai, nossa querida e super arrojada editora da Callis, que sempre inventa um jeito de se comunicar com o mundo inteiro... 

Numa escola,  nos arredores de Milão, nos encontramos com muitas crianças e falamos de livros,  histórias e personagens. O papo estava tão bom que os alunos começaram a contar até mesmos seus sonhos e incubos (pesadelos) noturnos.  Ficaram muito curiosos e espantados com a imagem do nosso Abaporu, do meu livro sobre a Tarsila do Amaral. Despedida mais que calorosa e seguimos viagem. Antes,  passando pela  inesquecível exposição de  Arcimboldo. Saindo de Milão fomos para Bolonha.




Na feira de Bolonha, mergulhamos em nossa paixão pelos livros infantis. Trouxe muitos na mala, um deles, me encantou “Le Macchine di Munari”, as complexas, inteligentes e poéticas máquinas inventadas por ele são sempre intrigantes e nos levam a pensar outras lógicas, absurdas, surreais...  Não  conhecia Bruno Munari e descobri que é um artista e designer  italiano  que fez importantes trabalhos para crianças, e nessa área, tão conhecido quanto o autor Gianni Rodari (que gosto muito).



Nas voltas pelos stands, me deparei com um stand bem pequeno e simples, mas com lindos livros ilustrados. Fiquei vidrada num livro que se chama Möista, Möista, Leenuke! Não sabia de que país era. Silvana e eu fomos decifrando: Estônia. E enfim, comprei o livro, mesmo com o olhar de estranhamento da divulgadora estoniana que ficou muito surpresa com o meu interesse e com a distância de nossos países.

Quem quiser, pode clicar no link deste encantador coelho da ilustradora Katrin Ehrlich.  Ver um trabalho de um país tão distante, tão desconhecido dava um ar de grande aventura.  E assim, seguíamos até voltar a nossa terra. Nosso stand. Encontramos muitos amigos:  André Neves, Rosinha Campos e, como foi bom,  abraçar nossa amiga Maria Eugênia,  tão radiante, com seus dois livros que estão saindo pela Callis, nos quais além da sua já conhecida e maravilhosa ilustração, têm também seus textos. O detalhe: fazendo o maior sucesso entre as editoras estrangeiras...


Os encontros são sempre muito fortes, principalmente quando estamos longe de casa. Um momento também,  bem delicado  e feliz,  foi a conversa que tive com Ana Maria Machado. Fiz uma grande entrevista para um novo trabalho que estou desenvolvendo.  Ana Maria sempre tem um olhar muito genuíno e certeiro para a literatura e para a vida.

Fora da feira, a cidade encanta por sua cor avermelhada. Fiquei muito curiosa para subir numa torre,  e ver a cidade inteira até seus limites. 500 degraus! Respiro fundo. E, lá no alto, estranha sensação de estar na terra e no céu ao mesmo tempo. Valeu ver as montanhas,  as cúpulas das igrejas e as ruazinhas cheias de turistas. Descer parecia fácil...

Só mesmo muito vinho, tortellini e lasanha à bolonhesa para dar conta de tanto esforço. Novos e antigos amigos encontrei na torre : o escritor Amir e seus companheiros de viagem. Juntos partimos para mais giros. Silvana retornou para São Paulo uns dias antes de mim. E foi uma sensação estranha, sua partida, depois de tantos dias juntas,  falando e rindo,  conversando com crianças nas escolas,  saboreando mil e um pratos e vinhos e à noite, lendo histórias e apagando. Mas, enfim, a cidade ainda me convidava para novos lugares. Pensei em ir ao Museu Arqueológico, queria ver a arte etrusca da região de Bolonha. Mas para minha surpresa chego quase ao mesmo tempo que uma tumba de 3000 anos. Jornalistas e fotógrafos. Um acontecimento e tanto! Estar ali num momento como esse. E ter ao lado  uma presença de 3000 anos, recém-chegada! Só no dia seguinte pude ver as belas peças etruscas. Fiquei encantada com os vasos e principalmente com os colares e adornos das mulheres.




Voltas e voltas e acabei em Roma, na casa de tio Mario e tia Gabriela e as primas Marina e Stefania. Posso dizer que ali naquela pequena casa,  amor é o que mais tem. Difícil querer sair... Ainda mais quando tia Gabriela prepara,  para minha despedida,  o que mais gosto: alcachofras na panela. Inexplicável tempero.

Voltei com este sabor. E muitos outros....