quarta-feira, 31 de agosto de 2011

pensou no sonho, mas o que ele significaria?

ilustr. carla caruso

"(...) Um dia, depois do trabalho, Kamazu deitou-se debaixo do baobá, adormeceu e sonhou com uma voz que vinha acompanhada do barulho da água de um rio.
Percebeu que era o próprio rio que lhe falava: “Amanhã de manhã, antes que o povo se levante, venha até a margem do rio. Aqui, neste mesmo lugar, você encontrará três coisas. A melhor é um cesto com uma tampa, as outras duas são inferiores. E poderá escolher a que mais lhe agradar."
Kamazu, ao acordar, pensou no sonho, mas o que ele significaria?(...)" 



trecho e imagem do livro "Kamazu", a partir de um conto Angolano,  editora Mundo Mirim. Em breve. 




terça-feira, 30 de agosto de 2011

Tudo o que acontece lá...

"acho que quando a gente lê um livro, parece que tudo o que acontece lá, acontece com a gente", disse a menina de cabelos pretos, sentada no terceiro degrau da arquibancada, no ginásio da cidade de Pompéia, em São Paulo, durante a III Ciranda Cultural.
Assim começou o primeiro papo do dia, a partir da pergunta que fiz: "como eles se sentiam lendo uma história, um poema?"
Talvez uma pergunta muito subjetiva ou íntima para as 100 crianças, de 8 e 9 anos,  que estavam ali. Mas, se num primeiro momento, um estranhamento tomou conta dos meninos e meninas, rapidamente, depois do silêncio, lá estava a garota contando sua experiência. Achei interessante ela ter percebido o livro como um “lugar”, e o quanto a ficção é a própria vida naquele momento de leitura.
Não pude deixar de pensar no livro “A Poética do Devaneio”, de Bachelard,  no trecho em que ele afirma que “(...) sim, realmente sonhamos quando lemos. O  devaneio que trabalha poeticamente nos mantém num espaço de intimidade que não se detém em nenhuma fronteira – espaço que une a intimidade do nosso ser que sonha à intimidade dos seres que sonhamos (...)”.
No pensamento de Bachelard como no sentir da menina, o devaneio, a leitura,  a experiência estética  da linguagem abrem espaços novos na existência.
Naquele ginásio amplo, enorme, que abrigava pombas e até um inesperado visitante, um urubu que ali se instalou e permaneceu até o último encontro,  o papo com as crianças seguiu cheio de boas revelações. Foram 400 crianças, ao longo do dia. Passamos momentos tranquilos alí, onde histórias minhas e delas surgiam, onde o pensamento corria solto, onde a imaginação atravessou fronteiras.



segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Ciranda

Ilustr. Maria Eugênia


Partindo para encontrar crianças, na cidade de Pompéia-SP, pelo projeto de incentivo à leitura da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo.  O pessoal da Educação e Cultura da cidade de Pompéia organiza todo ano um evento chamado "Ciranda Cultural e Literária". Nesta terceira ciranda, vou participar de um bate-papo com os pequenos leitores. Levo muitos livros na bagagem, mas já soube, ou melhor, "um passarinho me contou"  que os alunos leram muitas histórias e poesias que escrevi.
"Vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar..."





quarta-feira, 3 de agosto de 2011

escamas, bate-papo e dobraduras


foto: Fernando Villalba

A conversa sobre o cientista Vital Brazil aconteceu numa manhã de sol com crianças, adolescentes, jovens e adultos que participaram não apenas com perguntas sobre a vida do cientista mas também contando casos de encontros com cobras, aranhas e insetos. 
Questões importantes sobre a especificidade dos soros, descoberta feita por Vital Brazil, foram explicadas pela Doutora Fan Hui Wen, do Centro de Desenvolvimento Cultural do Instituto Butantan. Ela também contou como os soros antiofídicos são feitos. As crianças estavam mais do que atentas.  E para completar a concentração dos participantes, entrou em cena a Irene Tanabe, com seus papéis coloridos, ensinado a fazer cobrinhas de origami. 

Ciência, arte e muita informação abriram caminhos novos para o simpático público conhecer mais a vida e obra do cientista Vital Brazil  e o universo fascinante das cobras, aranhas, escopiões e animais peçonhentos.
Quem quiser saber um pouco mais sobre Vital Brazil e a biografia que escrevi para crianças e pré-adolescentes (Ed. Callis), pode acessar a entrevista que dei hoje para a jornalista Rosaly Senra, no programa Universo Literário, da Rádio UFMG educativa: